Impacto da Enxaqueca na Vida Cotidiana
A enxaqueca é mais do que uma simples dor de cabeça; é uma condição neurológica crônica, de origem genética, que pode ser extremamente incapacitante.
Para muitos, ela não se manifesta apenas como uma dor intensa, mas também através de uma série de sintomas debilitantes que afetam profundamente o dia a dia.
Esta patologia pode ser severa, trazendo consigo um sofrimento significativo, impactando negativamente a qualidade de vida e resultando em frequentes ausências no trabalho.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cefaleia, impressionantes 70% das mulheres e 50% dos homens experimentam pelo menos um episódio de dor de cabeça mensalmente.
No caso específico da enxaqueca, ela afeta cerca de 20% das mulheres, 6% dos homens e entre 4 a 8% das crianças.
No Brasil, aproximadamente 15% da população, ou seja, cerca de 30 milhões de pessoas, convivem com a enxaqueca.
Além disso, cerca de 13 milhões de brasileiros sofrem com dores de cabeça por pelo menos 15 dias ao mês, uma condição conhecida como cefaleia crônica diária, colocando o país entre os índices mais altos do mundo.
Infelizmente, muitos ainda desconhecem as opções de tratamento eficazes disponíveis.
Há uma crença comum de que a única solução é recorrer a analgésicos e se resignar à dor.
No entanto, isso está longe de ser verdade.
Continue a leitura deste artigo e descubra como é possível se libertar das dores de cabeça frequentes e recuperar o controle sobre sua vida!
O que você não deve fazer para piorar a enxaqueca
Você sabia que o abuso de analgésicos pode agravar a dor de cabeça?
Em geral, as pessoas começam a ter enxaqueca na infância, adolescência ou no início da vida adulta.
Normalmente, são dores menos frequentes, que melhoram com um analgésico comum.
Porém, muitas pessoas com enxaqueca evoluem para dores cada vez mais fortes, frequentes e incapacitantes.
E, consequentemente, há o aumento do uso de analgésicos.
Mas, com o tempo, eles começam a não resolver mais o problema.
E a pessoa passa a tomar vários medicamentos ao dia, sem melhorar a dor…
Sim, o uso abusivo destes remédios pode levar ao agravamento e à cronificação da enxaqueca.
Conheça os 2 tipos de cefaleia mais frequentes
Os 2 tipos de dor de cabeça muito frequentes são a enxaqueca e a cefaleia tipo tensional.
Neste artigo, nós falaremos sobre:
- Sintomas da cefaleia tensional.
- O que é enxaqueca
- Sintomas da enxaqueca.
- Enxaqueca com aura.
- Cefaleia por uso excessivo de analgésicos.
- Os principais gatilhos que provocam dor.
- Tratamento correto para enxaqueca.
- Medidas importantes para melhorar a qualidade de vida da pessoa com enxaqueca.
Sintomas da cefaleia tensional
Na cefaleia do tipo tensional, a dor é em pressão ou aperto, de leve a moderada intensidade e presente nos dois lados da cabeça.
Mais comum em mulheres do que em homens.
Normalmente sem náuseas, vômitos e sensibilidade aumentada à luz ou som.
Pode durar de 30 minutos a 7 dias.
O que é enxaqueca?
A enxaqueca ou migrânia é um distúrbio neurológico episódico e crônico, determinado geneticamente, que se manifesta ao longo da vida.
Na enxaqueca ocorrem crises recorrentes de dor, além de outros sintomas.
Esta dor de cabeça possui uma fisiopatologia complexa, envolvendo várias estruturas do sistema nervoso central (córtex cerebral, tronco cerebral, sistema trigeminal, meninges).
Na enxaqueca há uma disfunção cerebral primária que conduz à ativação e sensibilização do sistema trigeminal, ativação do tronco cerebral e cérebro, vasodilatação secundária das artérias cerebrais.
E se você não entendeu nada desta explicação médica, não se preocupe. O mais importante é perceber que a enxaqueca é uma doença neurológica que precisa ser diagnosticada e tratada, quando necessário.
Sintomas da enxaqueca
A pessoa com enxaqueca sente, geralmente, dor pulsátil ou latejante, de um lado da cabeça e de moderada a forte intensidade.
Pode haver agravamento com atividade física ou movimento, fazendo com que o paciente busque repouso.
A duração da dor é de 4 a 72 horas.
Esta dor pode ser acompanhada de náuseas, vômitos e sensibilidade à luz, sons e cheiros.
As dores podem ser intensas e incapacitantes.
O que é enxaqueca com aura?
10 a 15% das pessoas que têm enxaqueca apresentam enxaqueca com aura.
Mas o que é a Aura da enxaqueca?
São sintomas neurológicos resultantes de alterações transitórias da função cortical ou do tronco encefálico.
A aura da enxaqueca se caracteriza por distúrbios sensoriais e/ou motores.
Os distúrbios sensoriais mais comuns são:
- alterações da visão, como cegueira parcial, turvação visual e visão de pontos luminosos.
- formigamentos nos braços, lingua, boca.
Os distúrbios motores mais comuns são:
- paralisia parcial dos membros.
- dificuldade para falar.
Normalmente, a aura corre antes da dor de cabeça, durando entre 15 a 60 minutos.
Cefaleia por uso excessivo de analgésicos
A cefaleia por uso excessivo de analgésicos é a presença de dor de cabeça por mais de 15 dias ao mês, em pessoas que fazem o uso excessivo de analgésicos, durante mais de 3 meses seguidos.
Descubra quais são os gatilhos que provocam enxaqueca
Na enxaqueca há uma predisposição genética ao problema.
Por outro lado, sabe-se que diversos fatores atuam como gatilhos, desencadeando a dor.
Certos alimentos, como leite, chocolate, vinho, gordura saturada, enlatados, queijos amarelos, excesso de cafeína, podem provocar uma crise de enxaqueca.
A insônia, cansaço e jejum prolongado também podem iniciar uma crise.
As mulheres podem apresentar mais dores no período menstrual.
Em minha prática diária, atendendo pessoas com cefaleia há tantos anos, observo que o estresse, ansiedade e depressão são grandes vilões!
Por isto, é fundamental amenizar ou evitar estes fatores desencadeantes!
Busque tratamento médico
Como te revelei, sei o tormento que é ter dor quase diária.
Contudo, já não saio mais de casa preocupada em não esquecer de levar analgésicos na bolsa…
Quando a pessoa tem dores frequentes ( 2 ou mais crises ao mês), fortes e incapacitantes, está indicado o tratamento, chamado de tratamento profilático ou preventivo.
É o uso diário de medicamentos específicos (não são analgésicos), que atuam no cérebro para tratar corretamente a dor.
A prevenção não é a cura. Ainda não há uma cura definitiva para este problema.
Contudo, o tratamento é considerado bem-sucedido se a frequência, a duração e a intensidade das dores de cabeça são reduzidas em pelo menos 80%.
Além disto, com o tratamento preventivo, é possível melhorar a resposta dos analgésicos e reduzir muito o uso dos mesmos.
O tempo de tratamento profilático ou preventivo.
Tenho inúmeros pacientes que têm uma excelente evolução, ficando praticamente sem dor e podendo retirar a medicação de tratamento depois de um tempo.
De qualquer maneira, mesmo que seja necessário tratar por um período mais prolongado, não se compara a qualidade de vida que tem um indivíduo que trata de forma correta, em relação a quem não trata e simplesmente usa analgésicos em excesso!
Em geral, o tempo de tratamento é de 6 meses a 2 anos.
Não acredite em quem lhe diz, “Acostume com a dor”!
Houve grande avanço no estudo da dor e com o tratamento certo há uma melhora significativa do quadro.
Dor precisa e deve ser tratada.
Dor não tratada pode se tornar crônica.
E, certamente, não é o que você deseja!
Além de buscar um neurologista e fazer o correto tratamento, podemos amenizar a doença através de outras estratégias igualmente importantes.
Mudanças de estilo de vida
- Observe o que gera dor em você e evite estes fatores.
- Diminua ou retire alimentos e bebidas que provocam dor.
- Evite longos períodos em jejum.
- Diminua o excesso de cafeína.
- Durma bem.
- Controle a ansiedade e o estresse.
- Trate a depressão, caso venha a ter este problema.
- Faça atividade física regular (pelo menos 3 vezes na semana).
- Não use analgésicos mais do que 2 a 3 vezes na semana.
Você não precisa e não merece ter tanta dor de cabeça.
Invista em sua melhora, bem-estar e qualidade de vida!