Alzheimer – a demência que ninguém quer ter!

Todos nós desejamos manter nossa capacidade cognitiva, nossa autonomia e nossa liberdade!

E tudo isto pode ser perdido com a chegada de uma doença realmente devastadora para o cérebro e para a vida da pessoa: a doença de Alzheimer.

Mas, antes de falar em Alzheimer, o que é demência?

Demência é uma doença encefálica, usualmente crônica e progressiva.

Nesta há vários prejuízos cognitivos, tais como, memória, pensamento, orientação, compreensão, cálculo, capacidade de aprendizagem, linguagem e julgamento.

Também pode haver alterações comportamentais.

São várias as causas de patologias no cérebro que podem causar demências, ou seja, há vários tipos de demência.

Acredita-se que haja atualmente no Brasil cerca de 1,2 milhão a 1,5 milhão de idosos com demência, sendo a doença de Alzheimer a forma mais comum de demência, responsável por 50% a 60% dos casos.

A expectativa de vida da população tem aumentado muito com o avanço da medicina e com isto há o aumento do número de casos da doença, que surge normalmente após os 65 anos de idade.

O que é Alzheimer?

A doença de Alzheimer é uma patologia degenerativa do sistema nervoso central,  que se caracteriza pelo déficit progressivo da memória e cognição e de alterações comportamentais.

Alterações cognitivas:

  • memória (lembrar fatos recentes e passados e gravar novas informações).
  • pensamento e raciocínio
  • orientação no tempo e espaço
  • cálculo
  • atenção
  • aprendizagem
  • linguagem
  • julgamento

Alterações comportamentais:

  • apatia
  • depressão
  • inquietude
  • agressividade
  • delírios
  • alucinações
  • inadequação do comportamento

Há alterações genéticas que causam ou que são fatores de risco para o surgimento da demência.

Dentre as disfunções que surgem no cérebro, o que mais caracteriza a doença é o surgimento de placas senis e de emaranhados neurofibrilares, causando alterações dos neurônios.

Estas deficiências ocorrem principalmente na região ântero-medial do lobo temporal do cérebro (na amígdala, córtex entorrinal, subiculum, hipocampo).

Macroscopicamente, há redução do volume do cérebro, por perda de neurônios e esta hipotrofia cerebral é maior do que no envelhecimento normal.

Há estudos que mostram que 5 a 10% das pessoas com 65 anos iniciam a doença e mais de 50% das pessoas acima de 85 anos de idade apresentam o problema!

Classificação  dos estágios do Alzheimer

Podemos classificar a doença de Alzheimer em 3 estágios: leve, moderado e grave.

Em um estágio leve, a pessoa ainda consegue trabalhar e executar suas atividades diárias, porém com dificuldades. Há prejuízos na memória, aprendizagem, resolução de problemas e função executiva.

Em um estágio moderado, há uma maior dificuldade na realização das atividades da vida diária e maior prejuízo na memória e linguagem.

Em um estágio avançado, a pessoa perde a capacidade de se cuidar sozinha, a linguagem já se mostra bem mais comprometida (frases curtas, mutismo, neologismos), assim como a memória e o reconhecimento de pessoas mostram-se bastante alterados.

Neste estágio, é obrigatório a presença constante de um cuidador.

Como diagnosticar o Alzheimer?

Acredita-se que mais de metade das pessoas permanecem sem diagnóstico da doença, principalmente nas fases iniciais da mesma.

Quanto mais precoce for feito o diagnóstico e iniciado o tratamento, muito melhor será o impacto positivo na vida da pessoa e da família.

Embora ainda não haja a cura definitiva, o tratamento correto propicia o retardo dos sintomas, a progressão mais lenta da doença e a melhora importante da qualidade de vida!

O diagnóstico da doença de Alzheimer somente pode ser feito se houver prejuízos cognitivos significativos, que comprometam o funcionamento ocupacional e funcional do indivíduo.

O maior desafio, que pode passar despercebido, é o diagnóstico na fase mais inicial.

Outros problemas clínicos, neurológicos e psiquiátricos podem se assemelhar ao Alzheimer em estágio leve, devendo ser feita uma avaliação criteriosa para o diagnóstico mais precoce e correto.

Busque um médico neurologista em caso de suspeita da doença.

Na verdade, esta consulta deveria ser de rotina por todas as pessoas acima de 60 anos, como deve ser feito um check up anual clínico e cardiológico.

Além da história clínica, do exame clínico e neurológico, do MEEM (mini exame do estado mental) e outros, são solicitados exames complementares, tais como:

Exames laboratoriais: hemograma, uréia, creatinina, eletrólitos, cálcio, funções da tireoide, VHS, sorologia para sífilis, dosagem de vitamina B12, EAS, função hepática, sorologia para HIV.

Neuroimagem: TCC e RNM de crânio.

Avaliação neuropsicológica.

SPECT.

Líquido cefalorraquidiano e EEG, se necessário.

Por que algumas pessoas desenvolvem sintomas de Alzheimer e outras não?

A genética é um fator importante, mas não é o único fator determinante.

Há pesquisas que já mostram que o estilo de vida contribui consideravelmente para a saúde do cérebro.

Por exemplo, a alimentação saudável ajuda a retardar o acúmulo de material tóxico, que pode danificar a memória e o pensamento.

Quanto mais ativa for a pessoa, em termos físicos, intelectuais e sociais, maior chance tem de pelo menos retardar o aparecimento da doença.

Tratamento para o Alzheimer

O tratamento, sem dúvida, é um grande auxiliar para retardar o agravamento da doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes, familiares e cuidadores.

Quanto mais precoce for o início do tratamento, maior serão os benefícios na vida do paciente.

Há algumas opções medicamentosas no mercado, que são utilizadas de acordo com o estágio da doença em que a pessoa se encontra e com a tolerância de cada organismo às substâncias existentes.

Deve ser feito um acompanhamento regular do paciente, para o melhor manejo do tratamento e melhora dos sintomas apresentados.

E, sem dúvida, embora ainda não haja uma cura para a doença, o tratamento  é um grande auxiliar na vida da pessoa, e deve sempre ser feito.

Medicamentos específicos para o tratamento do Alzheimer:

  • Donepezila
  • Rivastigmina
  • Galantamina
  • Memantina

Também podem ser introduzidas outras classes de medicamentos para o tratamento de alterações comportamentais.

Além do tratamento medicamentoso, é importante também o acompanhamento de equipe multidisciplinar, a fim de se realizar:

  • Reabilitação cognitiva
  • Fisioterapia
  • Tratamento fonoaudiológico
  • Terapia ocupacional
  • Acompanhamento nutricional

Alguns fatores que podem prejudicar o cérebro e agravar o Alzheimer

  • Cardiopatias
  • HAS
  • Hipercolesterolemia
  • Tabagistmo
  • Álcool
  • Diabetes
  • Outras patologias clínicas
  • Outros

12 hábitos que favorecem a saúde do cérebro:

  1. Exercícios físicos regulares.
  2. Leituras e jogos que exijam raciocínio.
  3. Investir no aprendizado de um novo idioma e instrumento musical.
  4. Manter e fortalecer vínculos sociais.
  5. Meditação.
  6. Combate do estresse, ansiedade, depressão.
  7. Pensamentos de otimismo, esperança e gratidão.
  8. Propósito de vida – fazer o que gosta.
  9. Ter objetivos na vida e trabalhar para conquistá-los.
  10. Evitar doenças clínicas e cardiológicas.
  11. Alimentação saudável.
  12. Não fazer uso de álcool, fumo e outras drogas.

Cuide o melhor possível da sua saúde e qualidade de vida a partir de hoje!

O seu cérebro agradece!