O QUE É TDAH?

O TDAH, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, é um transtorno onde a criança, jovem ou adulto têm dificuldades em manter a atenção pelo tempo necessário para executar suas atividades diárias.

Distraem-se com facilidade e estão frequentemente pensando em outras coisas, no momento em que necessitariam estar atentas.

Assim, em conversas, aulas, estudo e trabalho, perdem facilmente o foco, ocasionando vários prejuízos na vida pessoal, acadêmica e profissional.

Frequentemente, estas pessoas são também inquietas, seus pensamentos acelerados e mais impulsivas.

Atualmente considera-se que o TDAH seja um transtorno do desenvolvimento da criança, caracterizado por deficit de atenção, hiperatividade e impulsividade em níveis significativamente maiores do que o esperado para um indivíduo, levando-se em consideração sua idade.

A patologia inicia-se na infância, continua na adolescência e, em 50 a  60% dos casos, estende-se até a fase adulta.

Portanto, é um transtorno crônico, que pode acometer a pessoa ao longo de sua vida.

EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS SOBRE O TDAH

O TDAH é o transtorno comportamental mais estudado nos últimos 20 anos, com inúmeros artigos científicos, realizados em centros de estudos nos EUA, Europa e Brasil.

Estudos epidemiológicos, realizados em todos os continentes, mostram uma incidência média do TDAH no mundo de 5,29%, independente de fatores culturais e sociais, contrapondo-se a vários mitos sobre a doença, tais como, que a patologia é uma invenção da indústria farmacêutica, que tem sido diagnosticada em excesso pelos médicos, que é fruto da falta de limites, não dados às crianças atualmente.

Segundo estatísticas do IBGE, há no Brasil cerca de 1,9 milhões de pessoas com TDAH, sem qualquer tratamento.

Nós falaremos, mais abaixo, sobre os riscos e prejuízos na vida do indivíduo, quando não tratado.

Continue lendo este artigo e compartilhe com seus amigos, para que outras pessoas sejam beneficiadas com estas importantes informações sobre o TDAH.

CAUSAS DO TDAH.

A causa é predominantemente genética, com alguma influência do ambiente.

Há várias regiões encefálicas que estão correlacionadas com a doença, tais como estruturas no tronco encefálico, o sistema límbico e o córtex pre-frontal do cérebro.

Os principais neurotransmissores, que estão diminuidos na patologia, são a dopamina e a noradrenalina.

O TDAH SE CARACTERIZA POR DOIS GRUPOS DE SINTOMAS:

  • Desatenção.
  • Hiperatividade e impulsividade.

O diagnóstico do TDAH é clínico, ou seja, não há exames complementares que determinem o mesmo.

Este é feito a partir de critérios, estabelecidos pela ciência médica, chamados de critérios diagnósticos.

Várias doenças na medicina são diagnosticadas desta maneira, tais como a depressão e transtornos de ansiedade, dentre outras.

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS, UTILIZADOS PARA DETERMINAR A PRESENÇA DA PATOLOGIA

 

SEIS OU MAIS SINTOMAS DE DESATENÇÃO, QUE OCORREM FREQUENTEMENTE:

  1. Não presta atenção a detalhes ou comete erros por omissão em atividades escolares, de trabalho ou outras.
  2. Dificuldade para manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas.
  3. Parece não ouvir quando lhe dirigem a palavra.
  4. Não segue instruções e não termina deveres escolares, tarefas domésticas ou deveres profissionais.
  5. Tem dificuldade para organizar tarefas e atividades.
  6. Evita, procrastina, reluta em envolver-se em tarefas que exijam esforço mental constante.
  7. Perde objetos.
  8. Facilmente distraído por estímulos exteriores.
  9. Esquece de atividades diárias.

SEIS OU MAIS SINTOMAS DE HIPERATIVIDADE, QUE OCORREM FREQUENTEMENTE:

  1. Agita as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira.
  2. Abandona sua cadeira na sala de aula ou outras situações nas quais se espera que permaneça sentando.
  3. Corre ou escala em demasia, em situações impróprias (em adolescentes e adultos, pode estar limitado a sensações subjetivas de inquietação).
  4. Dificuldade para brincar ou se envolver silenciosamente em atividades de lazer.
  5. Está a “mil por hora”.
  6. Fala em demasia.
  7. Dá respostas precipitadas antes que as perguntas terem sido completamente formuladas.
  8. Tem dificuldade para aguardar sua vez.
  9. Interrompe ou se intromete em assuntos alheios.
  • Alguns sintomas de hiperatividade, impulsividade ou desatenção estão presentes antes dos 7 anos.
  • Algum comprometimento caudado pelos sintomas está presente em dois ou mais contextos da vida (escola, trabalho, casa).
  • Deve haver claras evidências de um comprometimento clinicamente importante no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional.
  • Os sintomas não são explicados por outro transtorno psiquiátrico.

Mas, atenção, estes critérios foram aqui trazidos para alertar, porém não substituem , de maneira alguma, a avaliação criteriosa do médico especialista.

O TDAH PODE SER

  1. Predominância de desatenção.
  2. Associação de desatenção com hiperatividade/impulsividade.

COMO MUITAS CRIANÇAS SÃO MEIO AGITADAS E DESATENTAS, TDAH NÃO É UMA INVENÇÃO?

Para responder a esta dúvida, veja o que diz a Associação Médica Americana, uma das mais rigorosas do mundo em termos de validação científica:

O TDAH é um dos transtornos mais bem estudados na medicina e os dados gerais sobre sua validade são muito mais convincentes que a maioria dos transtornos mentais e até mesmo que muitas condições médicas.

O que diferencia uma criança com TDAH de outra que não apresenta o problema é a intensidade dos sintomas, que devem ser vistos com critério pelo médico especialista, e o grau de prejuízos que o transtorno acarreta na vida do indivíduo, seja comprometimento na vida escolar, social e familiar.

COMORBIDADES NO TDAH

Comorbidade é a associação entre duas doenças, onde a presença de uma aumenta o risco do surgimento da outra.

Principais comorbidades relacionadas ao TDAH:

  • Transtorno opositivo desafiador.
  • Transtornos de ansiedade.
  • Transtorno bipolar.
  • Transtornos de aprendizagem.
  • Fobia social.
  • Transtorno depressivo.
  • Autismo.
  • Dislexia.
  • Distúrbios do sono.
  • Outras.

OS PORTADORES DE TDAH NÃO TRATADOS APRESENTAM MAIOR RISCO PARA VÁRIOS PROBLEMAS:

  • Maior dificuldade escolar e maiores chances de reprovações, expulsões e abandono dos estudos.
  • Maior dificuldade em obedecer regras e aceitar limites.
  • Maior incidência de uso de álcool e drogas.
  • Maior incidência de desemprego na vida adulta.
  • Maior chance de divórcios.

EXISTEM EXAMES PARA O DIAGNÓSTICO?

A resposta para esta frequente dúvida é não.

O diagnóstico é feito pelos critérios diagnósticos acima citados.

Por isso, este deve ser feito por um profissional habilitado e com experiência na patologia.

Preferencialmente um neurologista ou psiquiatra, que atenda nesta área.

Tomografia de crânio, ressonância de crânio ou eletroencefalograma não fazem o diagnóstico.

A avaliação neuropsicológica é bastante útil,  embora não seja obrigatória para o diagnóstico.

É uma avaliação necessária quando há maiores dificuldades na aprendizagem e suspeita de transtorno de aprendizagem associado ou nível inferior de inteligência.

O médico, para dar o diagnóstico, além de sua própria avaliação clínica, utiliza-se das informações dadas pela família, escola e outros profissionais de saúde, pois a criança precisa ser avaliada em diferentes contextos.

CONSEQUÊNCIAS EMOCIONAIS NEGATIVAS DO PROBLEMA, QUANDO NÃO DEVIDAMENTE ABORDADO.

 

As dificuldades de manter o foco da atenção, de planejar e organizar as tarefas e solucionar problemas podem levar a prejuízos escolares e, frequentemente, sentimentos de incapacidade e desmotivação pelos estudos.

A inquietude e impulsividade geram comportamentos considerados incômodos e inadequados por parte de professores, familiares e colegas de escola, ocasionando dificuldades de socialização e baixa autoestima.

O conhecimento dos pais e educadores a respeito do transtorno e uma conduta mais adequada em relação à  criança favorece resultados muito mais eficazes no tratamento.

CONDUTAS GERAIS QUE DEVEM SER ADOTADAS COM A CRIANÇA

  • Estabelecer regras e limites claros e simples.
  • Explicar quais são os comportamentos positivos que se deseja dela e consequentes benefícios.
  • Orientar sobre comportamentos inadequados e não criticar a criança.
  • Sempre elogiar seus esforços, mostrando a ela todas as suas vitórias.
  • Manter o diálogo amigo.
  • Ensinar a criança a ter autocontrole.
  • Entender que autocontrole é treinamento, necessitando de paciência, esforço e repetição.
  • Lembrar que ensinamos muito mais por exemplos do que por palavras.
  • Incentivar atividades variadas, como leitura, esportes e  brincadeiras, que estimulem a alegria e criatividade.
  • Demonstrar para a criança que ela é amada e respeitada.
  • Mostrar a ela todo o seu potencial de crescimento e melhoria contínua.

ESTABELECENDO LIMITES

As crianças e adolescentes com TDAH são mais impulsivas, sendo mais difícil para elas aceitar regras e limites.

É preciso ensiná-las a pensar antes de reagir, dizer não na hora certa e estabelecer os limites necessários, sem exageros e críticas.

O QUE NÃO DEVE SER FEITO

  • Julgar.
  • Comparar.
  • Criticar.
  • Punir.

Tais atitudes podem gerar na criança e adolescente:

  • Insegurança.
  • Sentimento de inferioridade.
  • Culpa.
  • Mágoa.
  • Raiva.
  • Revolta.
  • Tristeza.
  • Ansiedade.
  • Outros prejuízos.

TRATAMENTO PARA TDAH

 

TRATAMENTO MÉDICO

Os medicamentos eficazes no tratamento do TDAH são os psicoestimulantes.

São substâncias químicas que atuam no cérebro, aumentando a disponibilidade de noradrenalina e dopamina na fenda sináptica (espaço entre um neurônio e outro).

Numerosos estudos mostram que 73 a 77% das crianças respondem à medicação com melhora dos sintomas.

25 a 30% não respondem ou não toleram o medicamento.

Melhoras vistas com a medicação correta:

  • Melhora da hiperatividade, impulsividade e agressividade.
  • Melhora do desempenho escolar.
  • Melhora dos relacionamentos da criança com a escola, colegas e pais.
  • Melhora da sua autoestima.

ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR

O trabalho em equipe é fundamental para o sucesso do tratamento:

  • Acompanhamento psicológico.
  • Acompanhamento psicopedagógico.
  • Acompanhamento fonoaudiológico.
  • Professora de apoio e reforço escolar.

Lembre-se, o TDAH é um transtorno do desenvolvimento da criança e jovem e, por isso, cada fase do desenvolvimento precisa ser adequadamente abordada para que não haja prejuízos no desenvolvimento normal das pessoas portadoras deste problema.

O resultado positivo ocorre quando há a parceria entre família, educadores e profissionais da saúde, a benefício de crianças e jovens muito mais felizes!

 

O talento vence jogos, mas só o TRABALHO EM EQUIPE ganha campeonatos. Michael Jordan.

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